
Sobre
A Urdimento não nasceu para reverenciar o teatro como patrimônio intocável nem para transformá-lo em vitrine cultural. Não acreditamos em arte como salvação, como culto ou como mercadoria de luxo. O teatro, para nós, é fricção, corpo em risco, memória que resiste, pensamento em movimento.
Publicamos o que se ergue desse território instável: dramaturgia, ensaio, história, memória, método, teoria, tradução. Nosso catálogo reúne tanto a cena inventada quanto a pesquisa minuciosa; tanto o testemunho quanto a reflexão crítica.
Não buscamos legitimar uma tradição ou educar plateias obedientes. Interessa-nos publicar livros que abrem rachaduras, que desconstroem certezas, que recusam o lugar da arte como elevação espiritual ou como consumo sofisticado.
A Urdimento existe como gesto de insubmissão. Cada publicação é uma fissura: contra o silenciamento, contra a neutralização, contra a ideia de que teatro deva caber numa definição única.
Se a arte muitas vezes é usada para pacificar, aqui ela é convocada para perturbar. Se costuma ser apresentada como monumento, aqui aparece como terreno vivo de disputa e invenção.
Nosso manifesto é claro: publicar para tensionar. Publicar para lembrar que toda cena — seja texto, teoria, memória ou método — é sempre corpo em atrito com o seu tempo.

Mila
Fundação, curadoria, projeto gráfico, edição, revisão e distribuição.

Ana
Fundação, curadoria, projeto gráfico, diagramação e distribuição.